Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Out 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

..."Which is your RIBA Stirling Prize winner? 5 October, 2015 | By Laura Mark"

 

Trata-se do “RIBA Stirling Prize 2015”, onde (insistentemente) é feita a pergunta: “Tell us which of the six shortlisted schemes you’d like to see win this year’s RIBA Stirling Prize

 

Para quem como nós «gramou» horas e horas de slides sobre várias obras de James Stirling, grande inspirador de Tomás Taveira* - nosso professor na ESBAL semanas e dias antes do 25th of April Agora, ao ver estes casos designados “six shortlisted schemes”, é impossível não nos emocionarmos!

Não sentir a sua beleza; não achar que nos saiu a sorte grande, na vida, quando pouco a pouco, lá pelos 14-17 anos decidimos ir estudar Arquitectura.

Não foi uma decisão imediata, já que primeiro estivemos apaixonados pela Arqueologia. O termo aparecia  numa das entradas de uma enciclopédia que a Verbo (Juvenil?) publicou no início dos anos 60.

Depois o nosso objectivo seria a FRESS, por não ser preciso o 7º ano. Mas finalmente, foi exactamente por aqui, ao ter que fazer esse 7º ano, «exigência paternal», que outras vias, bastante mais largas, se abriram.

E na verdade, durante anos e anos, olhando para nosso marasmo de hoje**, foi sempre a abrir!
A abrir, porque nunca nos esqueceremos, duns estudos de apartamentos para o Algarve, feitos na TRIAR (eram para o Pinhal do Cabeço - RETUR), que, é verdade, não foram construídos, mas que para nós representaram  um fantástico ensaio de composição arquitectónica. Dando sequência ao imenso treino que  tínhamos adquirido ao trabalhar com Maria João Prado Almada Cardoso, nossa colega (e chefa) no Serviço de Bem-Estar Rural da Junta de Colonização Interna.

Serviço por onde passámos (dando continuidade a uma «estórinha familiar»), e aí também com a imensa sorte de ter conhecido, in loco, vários exemplos que hoje já só existem nos registos do Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa do Sindicato dos Arquitectos. Materiais que agora estão reunidos em http://www.oapix.org.pt/
Mais tarde, mas não muito mais - e na sequência do 25th, que começou a fazer mudar muita coisa - com base em estudos de Nuno Portas para a auto-construção, fizemos projectos de habitações evolutivas que imediatamente se construíram.

É que exactamente com base nos referidos estudos de Nuno Portas e Francisco Silva Dias, tínhamos inventado tipologias de habitação, para lotes estreitos e lotes largos – algo que hoje daria, sem qualquer sombra de dúvida, um doutoramento. Habitações para serem edificadas em autoconstrução, num dos inúmeros bairros clandestinos (actualmente designados AUGI) então existentes nos arredores de Lisboa.
Rapidamente os nossos projectos foram passados a limpo e desenhados por Teresa Metello (não havia computadores e essa arquitecta era uma crack – rápida e a fazer desenhos muito bonitos!), já que se pretendeu que a primeira concretização do nosso estudo fosse aplicada num Bairro de Messejana (Baixo Alentejo); obra que até hoje nunca visitámos!

Mas visitámos, demos apoio à execução e introduzimos variadíssimas alterações nos esquemas que tínhamos feito, inicialmente, para dois bairros que em 1975 e 76 eram ainda do Concelho de Oeiras:

Casal da Mira, ou Serra da Mira, atrás da Brandoa (Amadora), e Ribeira-da-Laje no Concelho de Oeiras. Ao primeiro fomos dezenas de vezes apoiar as populações que migravam do interior para Lisboa, e que, enganados por especuladores sem escrúpulos, tinham comprado lotes clandestinos onde, melhor ou pior, queriam habitar.
A Ribeira-da-Laje - que se mantém no Concelho de Oeiras, está hoje, sensivelmente, uma boa parte desse aglomerado situa-se, meio-escondido, sob a A5. Também aí os esquemas funcionais que tínhamos inventado, para as famílias poderem crescer, permanecendo sempre nas mesmas casas que se iam ampliando - à medida que crescia o numero de pessoas que as constituíam; sim, também nesse lugar os nossos projectos foram aplicados e executados. Claro que com várias, ou muitas, alterações: porque as populações eram exigentes, e os projectistas sentiam-se desafiados  
Voltando a James Stirling e sobretudo a T. Taveira, devemos-lhe umas aulas chatíssimas (mas altas aprendizagens!). Porque nos vimos obrigados a ter que perceber (vaga e escassamente) o que era a linguística saussuriana aplicada aos métodos de projectar e à arquitectura, que se pretendia, falante e criativa.
Os exemplos que iam surgindo nessas aulas, eram então áridos e incompreensíveis, daí as nossas memórias, pouco simpáticas, de uma escuridão dentro do edifício; mais propriamente nas salas e celas do que fora o Convento de S. Francisco, e que tinha sido depois a Biblioteca Pública: um edifício que então ainda estava repleto de estantes vazias.
Por isso estas notas biográficas agora dedicadas a Maria João Baptista Neto (e ao seu «patrão» Vítor Serrão).

É que se no IHA da FLUL quiserem perceber a língua que os estilos arquitectónicos têm constituído ao longo dos anos; isto é, a que durante algumas décadas dos séculos XIX e XX (e principalmente durante todos os séculos que lhes ficam para trás); então se a quiserem compreender, que se treinem a interpretar as extraordinárias sínteses que Monserrate, e todas as outras obras Victorian, em geral são:

Mas que se treinem no contexto das ideias de F. Saussure aplicadas às Artes: à Arquitectura, ao Design!

Monserrate-ArquitecturaInglesaEmPortugal.jpg
*E autor do edifício do IADE - onde estamos desde 1997
**Imposto pelo actual Reitor do IADE, inspirado – negativa ou positivamente..., conforme? - pelos Profs. Vítor Serrão, Maria João Baptista Neto e Fernando António Baptista Pereira.
A concluir - É fácil de mais perceber-se que somos alguém, sem qualquer história ou objectivos de vida; alguém que está a mais - desde 1976 - numa certa instituição:

Em resumo, mas com  muito orgulho: A VERDADEIRA INTRUSA!


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