Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
07
Dez 17
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... depois de um desenho feito, face às suas potencialidades, pode ser difícil não ficar fascinado, ainda mais... (do que já se estava perante o modelo real que se decidiu captar)

 

E isto porque, sendo nosso, os direitos do autor também são os nossos, conferindo-nos a maior liberdade para fazer experiências. 

transformação-1.jpg

transformação-2.jpg

E de transformação em transformação, assim se vai mudando a realidade. Quase como quem projecta, mas neste caso «laboratorialmente». Para além das distorções da visão e as normais incorrecções que, como sabemos, qualquer desenho sempre tem...*

Também a fazer lembrar o texto de Helena Matos, aplicado aos dias que vão passando: 

"A festa do cone iluminado"

Só que, à Iconografia dos Estilos, decorativos e arquitectónicos, as imagens já chamadas décor (por Vitrúvio), que eram usadas por uma conveniência máxima, e a melhor adequação ao discurso que os monumentos supostamente, deveriam transmitir (de modo veemente, ou retoricamente); a todo esse discurso visual do passado, aos estilos aconteceu, exactamente, o mesmo que aconteceu a uma árvore. A árvore de Natal, depois de muito depurada e estilizada é hoje o cone iluminado que se vê em várias cidades.

Mas também, por acaso (ou não?!) a dita árvore pertence a uma espécie botânica ainda genericamente chamada conífera**.

De transformação em transformação, os estilos deixaram de ter sentido***, pois perdeu-se a noção do significado dos motivos (decorativos), e a ligação que tiveram um dia, à forma primeira: quer fosse a forma natural, ou a conceptual (nascida na geometria).

Ou, dito com mais correcção: a razão - visual/comunicacional, que tinha estado na origem desses motivos - essa razão, perdida a semelhança, também se perdeu (lost meaning - escreveu George Hersey).

~~~~~~~~~~

*Distorções que muitas vezes acrescentam graça, ou até algum charme?

**E esta designação (conífera) obriga a sublinhar uma ideia que é frequente: por vezes o desenho já não se relaciona o bastante, ou identifica, com o objecto inicial, porém ainda ficou o nome.

***O que nos lembra Nuno Teotónio Pereira. Seguindo «o apelo» de Adolf Loos, em prol da simplificação visual dos elementos decorativos (também para que se baixassem os custos das obras). Só que assim, NTP quis ter ao mesmo tempo duas «vontades» que eram absolutamente contrárias:

1º - Repudiar os "antigos ornamentos"

2ª - No movimento de renovação da arte religiosa, ter «novas imagens» adequadas aos espaços de culto. Porém, essas novas imagens, frequentemente, foram simplificações/geometrizações da iconografia mais antiga. Enfim, numa frase curtíssima A. W. N. Pugin tinha explicado bem como essas imagens tinham nascido 

(o que fica para outro dia)


mais sobre mim
Dezembro 2017
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

28
30

31


arquivos
pesquisar neste blog
 
tags

todas as tags

blogs SAPO