Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Mar 12
publicado por primaluce, às 17:00link do post | comentar

Claro que não (e nunca) foi essa a intenção dos estudos do nosso mestrado. O objectivo era progredir na carreira docente, porém, muita coisa correu ao contrário do previsto. Depois, se as descobertas que fizemos têm servido para incomodar os outros, ainda bem!

Pode-se dizer que aqui o contrário do previsto foi altamente positivo, a sorte grande que nos saíu!

Geralmente é o que se espera de tudo o que moderniza, promove, move, agita, desinstala etc., etc., etc. 

Numa palavra, aquilo que traz progresso.

Estávamos, e muitos assim continuam, «empedernidos», numa visão da História da Arte feita à maneira de Darwin, mas que não contempla, como Darwin pode reparar, nos mais pequenos detalhes de cada família zoológica.      

Nos Estilos Arquitectónicos não é de sinais «biológicos-funcionais» que se trata, como na zoologia, mas de sinais que foram ornamentos (significantes). Enquanto Darwin perscrutou, com grande acuidade, os vários sinais das diferentes classes taxinómicas, os vários autores e estudiosos que estudaram os estilos, não conseguiram atingir um nível de detalhe, diríamos (quase) equivalente. 

A sua sensibilidade foi menor, e os que se seguiram aos pioneiros - como Arcisse de Caumont e Gerville (em França), ou a Horace Walpole, Thomas Gray, John Milner, Rickman (ver em http://primaluce.blogs.sapo.pt/2012/01/01/*) e tantos, tantos outros... - com a passagem do tempo, os novos investigadores, passaram a ver os estilos como informações altamente banalizadas (ou até contáveis). E embora na Internet hoje haja óptimas informações**, isso não significa que a Cultura Visual, objectivo do ensino da História da Arte, tenha saído ampliada. 

Faz hoje 10 anos era Sábado, e cerca das 17 horas, saí da Biblioteca Nacional, depois de várias leituras de enfiada, com a certeza de que o que tinha estado na origem do Estilo Gótico, fora um Símbolo Gótico, tradutor do Filioque. Quanto ao resto, no dia seguinte era Domingo, houve eleições, ganhou o PSD com Durão Barroso, pronto a descobrir e a afirmar que o país estava de tanga. Depois disso, «as tangas» ficaram decretadas e não pararam de proliferar; quanto a nós tínhamos feito uma descoberta inimaginável!

Resta perguntar até quando é que o país, e todos nós, temos que viver rodeados de tangas***?            

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*Ver também em Monserrate, uma nova história, cujo título inicial (o do «mestrado incomodativo» feito na Fac. de Letras) vai direito à questão historiográfica: A Propósito do Palácio de Monserrate em Sintra - obra inglesa do século XIX - Perspectivas sobre a Historiografia da Arquitectura Gótica.

**Como estas que se seguem "Le terme d'art roman, définit, en histoire de l'art, la période qui s'étend de 1030 à la moitié du XIIe siècle, entre l'art préroman et l'art gothique. Il est forgé en 1818 par l'archéologue normand Charles de Gerville et passe dans l'usage courant à partir de 1835. (http://fr.wikipedia.org/wiki/Style_roman)". Ou sobre a Arquitectura Gótica: "L'architecture gothique (ou art français, en latin francigenum opus) est un style architectural qui s'est développé à partir de la seconde partie du Moyen Âge en Europe occidentale."

(http://fr.wikipedia.org/wiki/Architecture_gothique)"

***Hoje, a imagem que se seguiria, voou para http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


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