..., ou será? Inclusive, um tempo apropriado para fazer balanços? Para uma lucidez que nem sempre está presente, como a "melencolia" de que A. Dürer terá escrito?
Ora «o disparate» aqui, é pensar na imensa estupidez (que foi, por um lado...) ter ido fazer um mestrado.
De em 2001, fruto de certas pressões - fáceis de explicar e expor - nessa data termos optado por entrar num mestrado na FLUL, e de cujos resultados já aqui se escreveu, vezes sem conta!
Mas esse facto que, repete-se, foi uma enorme estupidez, trouxe-nos imensos dados muitíssimo positivos: como por exemplo um conhecimento, por dentro, do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras (IHA-FLUL): a certeza de um "épater le bourgeois", de um mostrar para fora, e aparentar mais do que se é: o porque é que em Portugal tudo é tão lentinho, ou as mentes, demasiadas vezes tão, tão tapadinhas! Posturas que mantêm ainda agora, já em pleno século XXI!
Em resumo foi a oportunidade de poder confirmar um imenso academismo bacoco de que sempre suspeitámos; mas depois, e bem muito mais do que isto, tudo o que pudemos perceber de uma evolução das imagens (genericamente chamadas Iconologia) ao serviço da tradução de ideias essenciais do cristianismo. Isto é, a Iconografia Cristã.
Sobretudo, para um imenso percurso que tínhamos decidido fazer (posteriormente, como programa de doutoramento) - à vol d'oiseau pretendíamos percorrer cerca de 2000 anos de imagens*.
Voltando atrás, confirma-se como a Faculdade de Letras deu-nos uma abertura e conhecimentos para nós inimagináveis. O que, dadas as «interdisciplinaridades» em que há anos vivíamos - porque a isso nos obrigavam** - esses novos e tantos conhecimentos adquiridos na FL-UL, somados à velocidade de cruzeiro que já nos tinham imposto; e já agora, somados também à profissão de projectista, que obriga a assumir responsabilidades, e a, simultaneamente, a estar livre de (pre)conceitos e de ideias tomados demasiado à letra, ou aprioristicamente...
Enfim, e por analogia, pondo esta questão em termos físicos: percebemos cada vez melhor que toda a carga/força que nos passou a «habitar» (e ainda habita), com todas essas novas informações, naturalmente essa força não se iria dissipar, ou dispersar com facilidade, por dá cá aquela palha!
Assim, percebe-se que com o tempo a passar e o amadurecimento crescente dessa força: uma noção que sempre existiu, e está cada vez visível e notória; neste nosso auto-balanço (o de uma projectista) há também a certeza de que os caminhos feitos foram os correctos e hão-de ser reconhecidos: pois nunca se mentiu, ao contrário do que fez a maioria dos que hoje, numa certa instituição, detêm o poder.
Ou, dito de outra maneira, nunca se pretendeu enganar alguém, com aprovações em «provas de júris combinados»...
Por isto, esta é uma época óptima, e até a mais certa, para lembrar o que vem de trás, e que para a frente há um tempo novo: de mudanças que se avizinham, ou já estão adiante, no nosso horizonte!
Obras e mais obras, um arquivo repleto de desenhos de projecto feitos muito cautelosamente, para incluírem todos os dados a ter em consideração. No caso, estudos de 1997-98
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*O que levou a que nos dissessem (demasiadas vezes, até que entrou!?): "Não vai escrever uma História da Arte!"
**Numa perspectiva de que AS ARQUITECTAS eram sempre muito habilidosas e MUITO multidisciplanares, incapazes de dizerem não, e que portanto, em termos de ensino (com a máxima competência) a tudo eram/seriam obrigadas...