Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
05
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Nunca esquecerei o enorme jeito que me deu aquilo a que se pode chamar «uma certa dose de aselhice» de Maria João Neto (logo em 2001): porque o resultado foi uma sorte enorme!

 

Isto é, em 2012 já escreveu que Monserrate tem o Duomo de Florença no seu cimo, e elementos dos Palazzos de Veneza, etc. Lê-se em: http://multi-science.metapress.com/content/xr437134261249l2/fulltext.pdf, na p. 102, embora prefira as informações de Priscilla Metcalf. São-lhe úteis e caras, mais do que aquilo que sob a sua orientação fizemos e desconstruímos. Isso não lhe merece referência, desvaloriza*!?

Deixá-lo, é o mesmo que (está-se a ver), sucede com os banqueiros desonestos ou com os políticos que alinham por bitolas semelhantes: há as falas e as falinhas mansas, idem as falácias, mas, evidentemente, o que é eloquente, muito mais do que tudo o que digam, são os actos: é aquilo que fazem!

Então, em 2012, i. e., mais de 10 anos depois de termos entrado na Fac. de Letras da Universidade de Lisboa (graças à referida senhora, e também a um simpático engano que houve na Secretaria...). E ainda cerca de 7 anos depois de termos defendido uma tese (em 2005) cujas conclusões deixaram os Professores, membros do Júri, pior do que muito zangados, então a referida senhora escreveu o que se segue, sobre Francis Cook:

"To this end, he hires the architect James Thomas Knowles (1806-1884), who surely received strict orders to respect the pre-existing structure. Knowles creates a decorative interior and exterior, in revivalist-like taste, where Italian and Oriental references abound (Metcalf, 1980). The new palace, suggestively called “Beckford Hill”, was reborn with plastic quotes of the Alhambra in Granada, the palaces of Venice and the dome of Florence Cathedral, among others. Francis Cook became an important art collector and..."

Sem problema, aprendeu-o connosco, pois até fizemos uma planta de encarnados e amarelos, que evidenciaram o que foi mantido e o que foi alterado desde a versão Monserrate-I, para a versão Monserrate-II.

Portanto, no texto acima citar P. Metcalf é reforçar a ideia que tínhamos desde 1996, não por sermos especialistas, ou por já se ter lido o livro sobre James Thomas Knowles - Arquitecto vitoriano e Editor, mas por termos alguma cultura geral, e uns «olhos treinados»...

Mas há provas materiais desses conhecimentos, já tínhamos escrito sobre o assunto, e num próx. post será publicado. De qualquer forma, não se percebe onde foi buscar a ideia que Knowles recebeu ordens estritas para manter a estrutura pré-existente? É uma daquelas extrapolações e exageros típicos...  

Adiante, pois acontece que também nós aprendemos imenso com o que Maria João Neto nos ensinou, e ao contrário do que faz, não vemos razão para o esconder. É algo que muito nos honrou e dignificou, e sobretudo deu os maiores privilégios:

Como foi, logo no início dos trabalhos, o facto de ter visto em Monserrate muito mais aquilo que caracterizou o Norman - que é uma corrente do chamado Romanesque (inglês). Porém, viu isso, mas não vendo antes - o que teria sido muito mais normal...! - os Palácios de Veneza, dos quais a Casa de Monserrate provém, de um modo ou via quase directa.

Ou seja, aquilo que é/era menos «verosimilhante», foi o que Maria João Neto viu; já os monumentos de Veneza, os que Ruskin amou e transmitiu directamente aos arquitectos Knowles, isso, tão estranhamente, a referida orientadora não vislumbrou ou «descortinou», logo no começo do trabalho de orientação. 

E foi muito depois (cerca de 7 anos mais tarde) aos estudos de P. Metcalf, buscar os fundamentos não só daquilo que lhe ensinámos, como daquilo que um qualquer londrino - que goste um pouco da sua cidade e saiba a sua história - naturalmente sabe!

Talvez por aqui os leitores compreendam o que vai nas nossas Universidades? Como e porquê, neste caso uma Orientadora, se dá ao luxo de sonegar um trabalho (tão profícuo) da sua orientanda...**

E este seu pequeno engano, ou o que designamos «uma certa dose de aselhice» de Maria João Neto, deu-nos depois uma montanha de informação! Essa foi a nossa Sorte Grande: ela abriu-nos uma porta fantástica, a possibilidade de compreender os Estilos Arquitectónicos e as suas formas que todos consideram abstractas.

Por isso Thanks God e a Maria João Neto, embora me pareça que «folga muito» com este reconhecimento?

Mas por aqui igualmente também se "folga muito", já que cada um sente o que sente..., ou vê o que vê:

PALAZZO-ARIAN-EM EDIÇÃO-BATSFORD.png

E neste caso, como podem ler na legenda (clicar na imagem) Maria João Neto não se lembrou de Veneza, nem de Ruskin, ou de Lord Byron. Mas unicamente da sua «preocupação», que vinha de trás, com as Origens do Gótico***: obrigou-nos a um recuo fantástico, e altamente enriquecedor. Levou-nos a fazer um trabalho que excede em muito (e em 2002-2005 já excedia!) as características de um mestrado normal. Claro que foi "uma fantástica orientação", fica no título do post de hoje, embora nos pareça - por tudo o que se escreveu acima - que talvez tenha vergonha de ter sido fantástica?

Só que aqui, na mesma pessoa, aplica-se na perfeição aquela frase:

As acções, boas e más, ficam com quem as pratica!

~~~~~~~~~~~~

 *Porque será? Tudo se passa como se não tivéssemos existido, nem sequer «levado» Monserrate (e muita informação já antes adquirida por nós) para a Faculdade de Letras...

O livro, as provas prestadas, e até um diploma muito piroso da UL (sem design nenhum), estão por aí. Acontecendo assim que não há borracha que apague o que nos deu: imenso!

**Um luxo que tem as consequências que se vêem, quer para a Universidade de Lisboa, quer para a vida da própria orientada. Porém, a coisa não pára aí, já que a orientada veio de uma outra instituição - o IADE, tendo ido à Faculdade de Letras para progredir na carreira docente, adquirir um grau mais elevado, reconhecer competências. E se o que acabámos de escrever é uma explicação lógica, normal e prosaica do que aconteceu, também acontece que em Portugal tudo funciona ao contrário (como hoje se lê nos jornais sobre as dívidas à Segurança Social, do PM). E, analogamente, também na instituição a que a orientada pertence, o IADE é dirigido desde 2008 por alguém que nunca frequentou uma Escola Superior (característica, ou verdadeira); alguém que, tal e qual como Maria João Neto, tudo fez para calar e prejudicar, nesse caso uma sua docente demasiado atrevida:

A arquitecta Azevedo Coutinho devia ter mais juízo do que todos eles juntos, saber de experiência própria - vivida (e devia tê-lo posto em prática...) - que no seu país a Democracia não existe: não chega a todos os cantos? Que as mulheres são óptimas, mas é sobretudo para lavar a loiça lá de casa... Rendem mais do que todas as máquinas de lavar louça!

***Também fácil de provar que o tema era seu, mas que lhe demos solução... Depois do que se descobriu ainda chegou a falar-nos numa Conferência de Imprensa, mas alguém a aconselhou a calar tudo isso? Razão para sabermos que a dita senhora não está só, não é a única culpada...

http://multi-science.metapress.com/content/xr437134261249l2/fulltext.pdf ver p. 102

 


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